sábado, 7 de julho de 2007

Livros Pedidos

Ao ler o artigo de Umberto Eco, "Vegetal and mineral memory: The future of books", veio-me à memória um programa de rádio chamado "Discos Pedidos". Umberto Eco fala da possibilidade de, futuramente, os livros virem a ser apenas impressos a pedido de quem os deseje ler em papel, depois de consultar catálogos para seleccionar o livro pretendido. Para mim, a escolha de um livro obedece a um certo ritual: as livrarias são locais coloridos, visual e esteticamente apelativos, onde gosto de circular, apreciando capas, lendo excertos aqui e ali, até me decidir. E pesando os prós e os contras, será que haverá poupança de árvores, tendo em conta que isso significará o fim das livrarias?
Em termos de conforto para os olhos e de portabilidade, o livro, tal como o conhecemos hoje em dia, oferece, em minha opinião, vantagens sobre o e-book. Mas tal depende dos contextos. Levar um livro em papel para uma sala de espera de uma consulta médica que implique umas horas de espera parece a decisão acertada. Mesmo os computadores portáteis não são tão portáteis assim. Claro que há os PDA, mas aí o conforto para a vista também é duvidoso. No entanto, a situação de um aluno que carrega todos os dias para a escola vários quilos de peso em manuais, parece-me uma situação em que os manuais, dicionários e enciclopédias seriam substituídos com vantagem por e-books, com a vantagem adicional de permitir o hipertexto. Como diz Umberto Eco, há livros que foram feitos para serem lidos, e outros apenas para serem consultados. A não ser que a tecnologia evolua de tal modo que o e-book, em termos de portabilidade, aspecto gráfico e conforto de leitura, consiga competir com o livro actual, continuo a votar no livro em papel para os livros que lemos pelo prazer da leitura, em oposição àqueles que lemos para procurar informação ou por mera consulta factual.

1 comentário:

Pulsante disse...

http://bibliotecamaisperto-maia.blogspot.com/